sexta-feira, 24 de agosto de 2007

Memória

Estranhos meandros esses da memória. Devo esclarecer antes de qualquer coisa, que a memória é de minhas mais deficientes capacidades. Lembrar o que jantei ontem já constitui um esforço homérico, quanto mais fatos distantes de um passado cada vez mais distante. Algum dia pensei que poderia escrever, caso faltasse imaginação, algo como minhas memórias. Certamente, se disso dependessem minhas economias, faliria. Ainda assim, não deixo de me surpreender com os meandros da memória. Visitando o Castelo (bairro de Campinas) lembrei-me do Porrobol. Esporte nobre injustamente deixado de fora dos jogos olímpicos e que, portanto, padece um desaparecimento gradual no cenário esportivo mundial. O Porrobol, para os que não o conhecem, consiste numa variação do futebol e era amplamente praticado no final da década de 80 nos pátios do Colégio Rio Branco de Campinas. Suas regras eram simples, cada jogador podia dar apenas um chute na bola. Se a bola batesse em algum incauto jogador, este era surrado por todos até que alcançasse o pique. A regra previa ainda a existência de uma punição mais árdua. Caso a bola chutada fosse apanhada no ar por outro jogador, aquele que desferiu o chute era obrigado a percorrer o temível corredor polonês com extensão diretamente proporcional ao número de participantes. Foi numa destas celebradas ocasiões que Lui foi obrigado a submeter-se a tamanha malhação que, ao final do inclemente túnel, provocou uma reação bastante emética, vulgarmente, um vômitão ou, ainda, Hugo. Lembrei-me de tudo isto, do nobre esporte, sua espantosa virilidade e lógica pueril, justamente porque Lui, de quem nada sei hoje, vivia no Castelo naquele então. Enfim, espero que esta inesperada recordação possa reacender paixões e atrair novos praticantes para esta modalidade tão injustamente relegada ao olvido! :)

2 Comentários:

Às 25 de agosto de 2007 às 04:58 , Blogger Jec disse...

Por tratar-se de um solilóquio, nada mais justo que ter como primeiro comentário meu próprio comentário. Mesmo que nada acrescente.

 
Às 26 de agosto de 2007 às 15:34 , Blogger Unknown disse...

Pois é isso aí Javier, a memória é um local onde se guarda algum "segredo" inatingível. O difícil é encontrar a chave para abrir a porta, motivo por que temos de vasculhar os escondirijos, até encontrar a chave da porta e mostrar aos amigos nossos tesouros escondidos.
Foi bom ler suas mensagens. Adicionei aos favoritos e irei cobrar novidades. rsrsrs.
Abraços,
Ribeiro

 

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