Dom Soturno escreveu em 03 de março de 2002
Como não sabia pintar, escreveu...
O grito
Meus olhos estão vendados
desde que vi que não eram tantas as cores
Ensurdeci quando os sons de meus passos,
as palavras e a respiração ofegante
se tornaram um só ruído
monótono e frio.
A voz calei ao ver
minhas próprias palavras, de vidro,
rompendo-se entre ouvidos surdos.
Meus pés me negam outro passo e,
contudo, um grito estridulante
insiste em percorrer-me,
empurrar meus dentes semicerrados.
Flor espinhosa... insiste
empurra o sangue pelas veias
há muito secas.
E hoje pensei que meu grito ecoaria,
resvalaria... pensei...
Mas não...
Silencioso como ontem,
incólume e inconteste,
mudo e frenético
eloquente e lacônico
sorriso lento, ruga de expressão,
lá vai como ontem o grito natimorto.
4 Comentários:
Palavras de vidro são palavras isoladas dos sentimentos.
Bj!
desgarrador... mueve todo por dentro...
y qué queda para quien no sabe pintar, quien no sabe escribir, quien no sabe cantar, solo sabe sentir?
Hola, Anónimo.
Para ellos queda sentir, que es lo mejor que hay. Pero seguro de alguna forma esos sentimientos se expresan. Quizás, oyendo una buena música, viendo un cuadro, leyendo un libro... No sé... Además, Anónimo, me resulta una pregunta retórica, jajajajajja. Un saludo.
Anónimo 2.
Postar um comentário
Assinar Postar comentários [Atom]
<< Página inicial