segunda-feira, 23 de março de 2009

Dom Soturno escreveu em 03 de março de 2002

Como não sabia pintar, escreveu...

O grito

Meus olhos estão vendados
desde que vi que não eram tantas as cores
Ensurdeci quando os sons de meus passos,
as palavras e a respiração ofegante
se tornaram um só ruído
monótono e frio.
A voz calei ao ver
minhas próprias palavras, de vidro,
rompendo-se entre ouvidos surdos.
Meus pés me negam outro passo e,
contudo, um grito estridulante
insiste em percorrer-me,
empurrar meus dentes semicerrados.
Flor espinhosa... insiste
empurra o sangue pelas veias
há muito secas.
E hoje pensei que meu grito ecoaria,
resvalaria... pensei...
Mas não...
Silencioso como ontem,
incólume e inconteste,
mudo e frenético
eloquente e lacônico
sorriso lento, ruga de expressão,
lá vai como ontem o grito natimorto.

4 Comentários:

Às 23 de março de 2009 às 22:28 , Blogger Luciane Godinho disse...

Palavras de vidro são palavras isoladas dos sentimentos.
Bj!

 
Às 6 de maio de 2009 às 17:45 , Anonymous Mario disse...

desgarrador... mueve todo por dentro...

 
Às 8 de maio de 2009 às 11:37 , Anonymous Anônimo disse...

y qué queda para quien no sabe pintar, quien no sabe escribir, quien no sabe cantar, solo sabe sentir?

 
Às 9 de maio de 2009 às 08:22 , Anonymous Anônimo disse...

Hola, Anónimo.
Para ellos queda sentir, que es lo mejor que hay. Pero seguro de alguna forma esos sentimientos se expresan. Quizás, oyendo una buena música, viendo un cuadro, leyendo un libro... No sé... Además, Anónimo, me resulta una pregunta retórica, jajajajajja. Un saludo.
Anónimo 2.

 

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